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CARTAS DA MONTANHA BRANCA

CADERNO DE NOTAS DE ANDRÉ LOURO DE ALMEIDA

És chamado a dar, à massa de energia que sobrevoa a tua consciência, uma forma terrestre.


O “objecto” final tem ponto de emergência, um volume, um som, uma cor.


Apesar de não poderes antecipar o resultado, sabe que terá uma velocidade especifica, um ritmo de expansão, um perímetro de influência específico.


Nós enviamos as sementes incandescentes e muitas vezes indicamos o terreno externo mas o Discípulo lavra, planta, rega e colhe. Na verdade o Discípulo cria o corpo da Ideia.


Para isso ele terá de ser livre.


Na Montanha Branca promovemos a liberdade para todos os homens, não só porque essa é a direcção do Cosmos, mas porque só em liberdade o Discípulo pode construir com precisão.


O seu ego - um instrumento no espaço e no tempo - organizará os detalhes, a sua psique animará o perímetro com uma alegria juvenil e a sua alma construirá uma campânula branca sem que ele mesmo se aperceba.


O Discípulo é como um filtro, uma pele, uma membrana que transpira os vetores de acção e os campos de influência de um Plano Maior, sem mesmo dar por isso.


No Discípulo os grandes arcos de decisão hierárquica não são perceptíveis, mas os nexos e iterações cruciais, numa escala de anos, meses, semanas, são garantidos pela sua simples encarnação.


Por vezes enviamos um discípulo a uma cidade por um mês. Ele acredita que a viagem se deve a uma proposta profissional mas na verdade ele está nesse ponto geográfico ancorando um factor de amor, equilíbrio ou poder que se encontrava em perigoso déficit ou realizando uma operação delicada em triangulação com outros discípulos na mesma cidade. Na maior parte das operações não precisam sequer de se encontrar.


No Discipulo espelham-se os cânones da Hierarquia. A sua vida, em construção permanente, pode não ser o exemplo ideal do que opera através dele, pode mesmo transportar contradições durante certos períodos da vida, mas a sua radiação revela um modelo, convida a um modo de viver.


Aos Discípulos - via o corpo de verdade , o ovóide causal - chegam diariamente sementes de pensamento puro e visões de um mundo melhor.


Estas sementes ígneas que surgem em vós, as Nossas flechas de fogo, são extraídas da Mente do Logos, com enorme concentração e enorme precisão pelos Nirmanakayas.


O Discípulo é a incubadora em que Nossos Envios são amadurecidos e desdobrados como sonhos ousados e onde os sonhos se tornam vórtices implacáveis em busca de um corpo.


A Nossa alegria aumenta quando um jovem Leonardo deixa de sonhar e coloca a pena no papel para desenhar um aparelho voador.


A Nossa alegria aumenta quando os cânticos de abertura ao Alto são a base rítmica da construção de um hospital.


A Nossa Alegria aumenta quando o médico austríaco decide partir para África. A Nossa alegria aumenta quando um conselho internacional de boa vontade âncora o poder dinâmico de mudar a história.


Muitas vezes os pintores se espantam com o resultado da sua pintura. Algo mais aconteceu. Por vezes um governante reconhece que o seu último discurso ultrapassou todas as espectativas. Por vezes um soldado não percebe que atravessou um campo de minas. Muitas vezes um intelectual resume volumes numa única frase. Muitas vezes a insónia transforma-se num acto maravilhoso no dia seguinte.


Aí podereis reconhecer a pressão da Hierarquia sobre os Discipulos.


E na Terra Nós contamos hoje com quase cem milhões de discípulos com a primeira iniciação, uma proporção nunca atingida em ciclos anteriores do planeta.


A primeira iniciação é a reformatação do corpo etérico pela presença activa do Cristo que até então pulsava num alto lugar no interior do Discípulo. Simplificando, um amor divino instala-se no coração e a partir desse ponto dirige a vida.


Estas dezenas de milhões - o verdadeiro número não pode ser revelado - trabalham invisivelmente e hoje são o principal aparelho energético de redenção do mundo.


Alguns aparentemente trabalham sozinhos mas na realidade estão sempre em ligação ao seu grupo de acção interna.


Por eles acontecem hoje os próximos passos em medicina, em política e direitos humanos, na arte, na coesão humana, na ciência e cura da psique, as novas invenções sociais e a sincronização entre instituições e ideias superiores.


Para algumas das grandes mudanças obtemos melhores resultados com discípulos inconscientes da sua ligação à Montanha. Eles operam como idealistas pragmáticos e apenas sentem Fé. Mas o seu poder é emprestado por Nós, e muitas portas são abertas por Nós no momento exato.


Para a “reunião dos dispersos” preferimos discípulos conscientes desde que não abusem nem da linguagem nem do carisma conferido pela vinculação à Montanha.


Alguns resultados precisam de isolamento do Discípulo, especialmente para proteção do seu campo e da sua tarefa. Mas muitos resultados dependem da cooperação de pelo menos 3 discípulos conscientes.


Assim considerai esta ideia muito simples: o Discípulo está no mundo para dar corpo a uma ideia hierárquica, para criar um “corpo” no plano mental, ou no campo psíquico ou na economia, pelo menos, do mundo físico.


Havendo sinceridade de intenção e pureza de pensamento, um correcto alinhamento com o Trono Interno e alguma prática rítmica, a maior parte dos sistemas energéticos no homem reprogramam-se sozinhos e inconscientemente, espelhando padrões de esferas ardentes.


Portanto o Discípulo de consciência internacional tem um enorme poder. O poder de chamar a si os elementos terrestres e, aí aplicando a semente hierárquica, construir algo maravilhoso.


E, dependendo do grau de disciplina de cada discípulo, todos podem deixar a sua marca de fogo no tecido planetário.


Nada vos impedirá se a consciência estiver no lugar certo - virada para o Trono. Na verdade a partir da Montanha Branca vos impelimos a criar usando o poder do Trono Planetário para aumentar o poder do vosso próprio Trono.


As sementes que enviamos estão concatenadas: em conjunto formam o panorama do futuro amado pelos Deuses e pelos Nirmanakayas em serviço ao Único.


Algo que estará para a civilização como a luz está para a mente.


Agora vai e reflete, porque és jardineiro das Nossas Sementes, abençoado desde o princípio.


Não temas.

O mundo espera.


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Cartas da Montanha Branca

Janeiro 2023

No lugar do compromisso com o fundamental observamos a escravidão ao secundário. Mas um ideário político não poderá forçar as pessoas a superar o apego ao que é pequeno e indigno nem o apego ao que lhes é biograficamente querido ou que lhes parece estilisticamente relevante.


Os excessos da propriedade privada desaparecem quando o Coração está pronto. Uma universalização artificial - imposta por uma ideologia - seria como nozes verdes: amargas porque colhidas precocemente e perigosamente tóxicas. Por outro lado, as referências ao minimal na cultura não regeneram o corpo astral e muito poucos vêem o dragão criado pela obsessão pelo lixo. Só uma vastidão sentida - e corporificada em actos - pode abrir as portas da prisão invisível.


Mas deixamos aqui um sinal da Montanha Branca: o Futuro será justo e as acumulações sem Alma terminarão com o raiar da Aurora.


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M.

18 Maio 2023

1

As quatro qualidades do centro flamejante entre os pulmões são: A Esperança, O Amor, A Coragem A Paz.


2

O Coração irradia incondicionalmente a visão da Esperança, o chama do Amor, a turbina da Coragem e o lugar da Paz.


3

Estas qualidades revelam o nível solar dos quatro elementos. ar, fogo, água e terra respectivamente.


4

Ao se reunirem os quatro elementos num silencioso projecto de transcendência gradualmente se acende um brilho especial no campo do Peregrino.


5

Este brilho emana da Síntese dos elementos no Coração, uma Síntese do ser, da existência, da matéria e do Espírito formando um ponto incandescente no centro do Coração girando sobre si próprio a uma velocidade supra-luminar.


6

Tal nível de Unificação dos elementos só pode acontecer na Esfera Hermética, o centro flamejante e, acontecendo, sempre se cristaliza este poderoso ponto-de-fuga invisível no indivíduo, para onde múltiplas linhas exteriores convergem.


7

Estas linhas podem ser culturais, ético-políticas, psicológicas ou mesmo ( e apenas ) energias subtis e inefáveis, atraídas pelo ponto incandescente no centro do Centro Flamejante.


8

Este ponto misterioso, a Síntese, é o modelo, a pre-figuração, o ponto-de-fuga, para a História e para a construção da Cidade Brilhante na Colina.


9

O Amor existe na Eternidade mas a Síntese é já uma conquista do tempo histórico pelo poder do Espírito.


10

Por isso os antigos em grande reverência chamavam ao Coração não apenas o templo do Amor, mas o cálice da Síntese. E adornavam as crianças, as casas e os objectos de uso quotidiano com os símbolos deste Cálice.



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Cartas da Montanha Branca

Março 2023

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