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CARTAS DA MONTANHA BRANCA

CADERNO DE NOTAS DE ANDRÉ LOURO DE ALMEIDA

1

Chamamos Esplendor Adamantino á Radiação da Cidade Hermética. Esta Radiação combina o Atractor Cósmico, o Cristo, com a Vontade Unificada dos Grandes Vigías.


2

Este amplexo, a Radiação da Montanha Branca, estende-se pela Terra inteira, retransmitida e ampliada pelas telas ardentes dos Poderosos e dos Mahatmas, numa sinfonia de bio-luminescência.


3

Sob o impacto da Radiação de SHA a atmosfera coagula aqui e ali em cristais cintilantes carregados do Fogo Branco. Os lugares de precipitação dependem da concentração de corações despertos entre os homens.


4

Estes cristais, como terafins da Nova Aurora, reproduzem os sons de esferas longínquas e saturam o espaço com o Perfume do Grande Peregrino.


5

Corações alados cruzam o Vale Azul rumo aos lugares magnetizados pelo trabalho humano. Levam consigo novas chamas, novos cristais. Pela noite, enquanto os homens dormem, os Poderosos abençoam as suas frontes com estes cristais intensificados.


6

Arcanjos são gigantes do fogo da Esperança e portadores de imans terríveis. Apesar da descida desta pressão o discípulo não renuncia á tensão heróica. Um degrau do futuro depende desta tensão, distribuída em matrizes hexagonais pelos continentes e pelas cidades.


7

O sacrifício do imediato anuncia a descoberta do Futuro. Deste sacrifício nascem as estações da Paz, que atraem os corações humanos em torno da pira todo-significante.


8

Mesmo quando dorme o Enviado gera uma aura poderosa e no silêncio da noite são tecidas as fibras indestrutíveis do Amor Cósmico na Terra.


9

Os Gigantes e os Poderosos guardam os Cálices da Conquista da Imensidão Insondável. E cada Enviado ao reino humano é portador de um destes Cálices.


10

Como é manso e secreto o sono aparente dos Operadores da Montanha Branca, como um manto de paz sobre vulcões de fogos em espiral.


11

Como um lenhador ao entardecer o Mestre sorri após um dia de trabalho bem feito. E sorri dentro do Discípulo, para a cura das lágrimas e o repouso do coração.

A necessidade actual é de um Ser que combine as qualidades de um contemplativo profundo, um curador psíquico e um operador pragmático. Isto significa que necessitamos de um Ser-síntese. Alguém capaz de interagir com igual equilíbrio não só com ambos os pólos da manifestação universal – um contemplativo e um construtor pragmático – mas muito sensivelmente com o sempre adiado problema da Harmonia, com as realidades intermédias que ligam o Espírito e a Substância.


Este é o Curador Psíquico, o centrador dos mundos, o harmonizador das esferas, numa palavra: o Homem.


Sabemos muito sobre a substância e alguma coisa sobre o Espírito. Conhecemos os cristais das qualidades do mundo e somos visitados pelos Deuses em frotas iridescentes, mas ainda sabemos pouco sobre o Cristo individual, o filho de Deus que é filho do Homem.


O nosso problema é um problema de Harmonia. Os toques dos dois mundos são constantes, dois tempos, dois dragões, dois pólos buscam um alucinante matrimónio dentro de nós. Como se aos átomos não bastasse a sua condição de baterias-memória da história universal e aos Deuses a sua condição olímpica fosse quase uma prisão de luz suspensa. A última palavra cabe ao coração humano, ao centro alquímico do universo, ao Grande íman e seu reflexo em nós.


A nova experiência, o novo degrau, o Lugar da Paz, a nascer, será essencialmente um laboratório de Harmonia, uma nova equação para os Mundos, um selo ígneo anunciando um novo modo de Casamento. Assim o lugar de Iniciação será também o lugar de Encontro não só com a ternura dos pulsares e com o Amor da Irmandade mas com a coesão mesma do indivíduo perante si-mesmo, a cura psíquica que sutura as cicatrizes do peregrino e o centra num núcleo sumamente elegante: o ser plenamente consciente da sua função cósmica.


O lugar da Iniciação será o lugar do encontro consigo mesmo, também psicologicamente, na Alegria Solene da auto-recriaçao em nome do infinito Ser.


Ofertemos os nossos seres, não apenas às alturas ilimitadas da mente divina nem às profundidades dos oceanos plásticos e do eros cego mas essencialmente consagremos o nosso ser ao nascimento de um novo modo de Homem, um curador de homens e um encantador de átomos e de Deuses.


Isto significa que estamos interessados na manifestação do perfeito meio, do ponto mediano onde a Terra se torna Celeste e o Céu ganha a solidez e a estabilidade de um facto consumado, de um Cristal do Ser Puro.


Estamos, como operadores da harmonia dos Mundos, interessados no perfeito ponto mediano: O Quarto Raio e o seu milagre, a Terra Celeste.


Lys, como Santuário Interno, emana a Futura Harmonia Terrestre, o Novo Degrau e guarda para nós a semente de uma Humanidade onde as clivagens entre Cristo - o homem interno - e o homem externo não mais existem, e onde a alma, a grande intermediária, encontra o seu Reino.


Depois de conquistada a Harmonia, o Novo Ser, então caminharemos para o Templo e beberemos directamente da Luz das esferas sagradas. Mas primeiro a Lei do Equilíbrio, da suave electricidade do Equilíbrio, será anunciada e vivida.


Estamos interessados em curar o homem em profundidade e assim contribuir para revelar o Deus Oculto.

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